Vidas Indígenas IMPORTAM!

Nota de apoio aos povos indígenas de Mato Grosso do Sul.

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O cerco permanente contra indígenas promovido em Mato Grosso do Sul resultou em mais um episódio de violência, segundo a Aty Guasu, principal entidade representativa dos Guarani Kaiowá. Militares e pistoleiros, invadiram sem ordem judicial uma fazenda e mataram a tiros um jovem Kaiowá, na retomada do território Guapoy, no município de Amambaí (MS).

Infelizmente o cenário de impunidade tem se alastrado e estamos vivenciando episódios caóticos, como o recente assassinato do jornalista inglês, Dom Phillips e o indigenista da FUNAI, Bruno Araújo. Continuam a matar nossos povos originários e defensores da causa indígena de forma brutal, como se nosso país fosse “terra sem lei”.

Nossa voz é uma só, moramos no estado que possui a segunda maior população indígena do Brasil e assistimos constantemente ataques aos direitos de moradia, demarcação de terras e vida digna. Os conflitos estampam as capas dos jornais e o sangue escorre nas mãos de muitos que não aceitam direitos constitucionais. Dessa vez, lamentavelmente, acompanhamos o despreparo da força policial, que agiu de forma truculenta e sem preparo de mediação do conflito, nossa defesa sempre será uma segurança pública imparcial e que defenda a vida acima de tudo.

Crianças, jovens e mulheres Kaiowá foram machucados e humilhados em uma operação dentro de um território indígena deles subtraído, perdemos mais uma vida e ressaltamos que essa ação não foi acompanhada pela Polícia Federal e nem pela FUNAI, a quem cabe por direito a intervenção nessas áreas.

O indígena morto por três perfurações de balas de arma de fogo é mais uma vítima de uma situação que já conta com mais de 11 feridos, entre eles duas jovens Kaiowá de 22 e 13 anos. O cerco realizado na última sexta-feira contou com um aparato de 100 policiais.

Assim como várias entidades, movimentos sociais e sindicais de todo o país nós engrossamos a voz na solicitação para a retirada da PM da região e clamamos pelo fim do conflito e mortes! Exigimos que haja rigorosa investigação sobre a falta do mandato policial, da Polícia Federal no caso e também o porquê houve uso desmedido de força e armamentos.

Não queremos mais que episódios como o de 2016, conhecido como massacre contra os Guarani Kaiowá, no município de Caarapó (MS), se repitam. Não toleramos tanto desmando em nosso país! Seguimos em defesa dos povos e territórios indígenas de nosso país!

Direção da ADUEMS

Segunda-feira (27/06/2022)

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