O câncer de mama tem atingido mulheres no mundo todo. O peso de carregar a doença afeta diretamente a saúde emocional. Mas sempre há um jeito de tornar a vida mais alegre e positiva.
Sempre há uma luz no fim do túnel. Por isso é sempre importante não perder a esperança. Por essa razão preparamos este artigo: para mostrar uma história de luta e superação contra o câncer de mama.
Leia a entrevista da Dores Cristina Grechi, Professora no Curso de Turismo de Dourados e no mestrado em Desenvolvimento Regional na unidade de Ponta Porã, uma história de superação!
ADUEMS – Quando descobriu o diagnóstico?
Dores Cristina Grechi – Há dez anos atrás, em 2013, recebi o diagnóstico que eu estava com um câncer agressivo na mama direita. Eu costumava sempre fazer meus exames preventivos e levava para a médica que me acompanhava, era o mês de maio. Contudo, naquele momento ela olhou o exame, mas não detectou que havia uma anomalia. Por isso, é importante olhar com calma os exames da gente, pedir que os médicos nos mostrem, conversem… porque estamos sempre correndo, sempre trabalhando muito, querendo dar conta de muitas coisas ao mesmo tempo e acabamos deixando a saúde no automático. Em julho fui de férias pra casa dos meus pais, e lá senti um caroço no seio direito. Foi num autoexame mesmo que descobri e não imaginei que fosse nada grave, porque na minha família não tinham casos de câncer.
Estava com 38 anos nesta ocasião, muito jovem ainda pra correr risco de câncer. Então, eu voltei e procurei uma mastologista. A médica percebeu na hora mesmo que não se tratava de coisa simples e ficou muito preocupada. Depois de vários outros exames a médica falou que a situação era urgente, que eu deveria fazer a cirurgia e iniciar o tratamento. Desta forma, em outubro de 2013 eu já estava fazendo a primeira cirurgia para retirada de um terço da mama.
ADUEMS – Em algum momento você perdeu as esperanças?
Dores Cristina Grechi – Na verdade eu nunca, nunca perdi a esperança. Eu era muito jovem, muito forte e bastante positiva na forma de enxergar a vida. Segui rigorosamente as orientações dos médicos. Tive a sorte de ter uma rede de apoio muito boa, que era muito amorosa e sempre me acompanhavam: meu marido, meu filho, minhas amigas e minha família que, mesmo de longe, se fez presente de todas as formas possíveis. Esta experiência também fez amadurecer minha fé e o amor em Jesus Cristo.
ADUEMS – Pós-cirurgia, como foi?
Dores Cristina Grechi – Logo após a cirurgia me orientaram a procurar um hospital em São Paulo, o Sírio-Libanês, para que eu pudesse ter um diagnóstico ainda mais preciso. Foi uma experiência muito positiva e recomendo que que as mulheres que estejam numa situação de diagnóstico e que seja um pouco mais complexo, como era o meu caso, que procurem o Sírio-Libanês, não é nada difícil de conseguir.
A equipe de São Paulo confirmou o diagnóstico e encaminhou o tratamento bem detalhado, tanto quimioterapia, quanto radioterapia, os quais foram acatados e orientados localmente pela equipe médica de Dourados.
ADUEMS – O tratamento.
Dores Cristina Grechi – Depois de ter passado todo o tratamento, um ano e meio depois, voltei para São Paulo para fazer uma consulta com um oncogeneticista em função do contexto de surgimento da doença. O especialista solicitou um rastreamento, o qual identificou uma mutação genética relacionada à câncer de mama. A partir de tal constatação precisei fazer outras cirurgias, ao todo foram cinco.
ADUEMS – A retirada das duas mamas.
Dores Cristina Grechi – Eu retirei as duas mamas, o ovário, o útero e depois fiz mais duas cirurgias de reconstrução das mamas. Sempre fui muito bem assistida por toda a equipe aqui de Dourados. Isso já faz dez anos e agora faço acompanhamentos anuais.
ADUEMS – Você teve medo?
Dores Cristina Grechi – O temor da doença é real em todos os momentos, mas tem que ir com medo mesmo e fazer o que precisa ser feito. Como diz a música: “segura na mão de Deus e vai”.
ADUEMS – A superação.*
Dores Cristina Grechi – Então, não tem outra saída. A gente tem que lutar pela vida, Né? Se a gente quer viver, a gente tem que lutar pela vida. E foi isso que eu fiz, tenho certeza que é isso que faz toda mulher.
Então o que eu quero deixar aqui de palavra, de exemplo pra alguma coisa é: sejam firmes! Façam aquilo que os médicos recomendam e procurem o melhor tratamento. Busque uma segunda opinião, até mesmo uma terceira, porque é muito importante, são muitos tipos diferentes de câncer. Cada pessoa tem a sua história, então é importante encontrar o tratamento mais adequado e mais personalizado para o seu tipo de doença e sempre acreditando na evolução da ciência, da medicina. Além disso, pedir ajuda, buscar assistência psicológica e espiritual também foi muito importante para minha recuperação.